Pelo ou pêlo

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de Português

A forma correta de escrita do nome do filamento que nasce no corpo humano ou no corpo dos animais é pelo, sem acento circunflexo. A palavra pêlo passou a estar errada desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico.

Na atual reforma ortográfica foi abolido o acento circunflexo utilizado no substantivo pelo, deixando de haver esse acento que diferenciava o substantivo pelo da preposição contraída pelo.

Assim, a distinção entre o substantivo e a preposição não é mais feita pela acentuação mas sim pelo contexto em que as palavras ocorrem:

  • Meu cachorro tem tanto pelo!
  • Que feio ficar olhando pelo buraco da fechadura.

Pelo: substantivo masculino

Enquanto substantivo, pelo pode significar um filamento que nasce no corpo humano ou no corpo dos animais, bem como fios que se soltam dos tecidos, sendo sinônimo de cabelo, pelagem, penugem, fio,…

Exemplos com substantivo pelo:

  • Sou alérgica a pelo de gato.
  • Meu marido tem muitos pelos nas costas.
  • Esse cobertor larga tanto pelo!

Pelo: preposição

Enquanto preposição contraída, pelo pode ser a preposição per contraída com o artigo definido o ou com pronome demonstrativo o (por + o = pelo). É sinônimo de: a favor de, ao longo de, através de, por aquele, por aquilo,…

Exemplos com preposição contraída pelo:

  • Sou pelo direito à eutanásia.
  • Cheguei rápido porque vim pelo caminho mais curto.
  • Pelo andar da carruagem, não iremos a lugar nenhum…

Novo Acordo Ortográfico e os acentos diferenciais

O Novo Acordo Ortográfico aboliu o acento diferencial em palavras paroxítonas homógrafas de outras não acentuadas.

Antes do acordo: pêlo, pára, péla, pélo, pólo, pêra.
Depois do acordo: pelo, para, pela, pelo, polo, pera.

Foram mantidos os acentos diferenciais no verbo pôr, para distinguir da preposição por, e na forma conjugada pôde (pretérito perfeito do indicativo), para distinguir da forma conjugada pode (presente do indicativo).

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

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