Menos mal ou menos mau

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de Português

A dúvida no uso das expressões menos mal ou menos mau está relacionada com a dificuldade no uso de mal e mau. Apesar de apresentarem sentidos diferentes, essas duas palavras são frequentemente confundidas, por serem pronunciadas maioritariamente de forma igual.

A forma mais fácil de diferenciar as palavras mau e mal é pelo seu sentido contrário, identificando os seus antônimos:

Mal é um advérbio, antônimo de bem.
Mau é um adjetivo, antônimo de bom.

Essa mesma regra distingue também as expressões menos mau e menos mal. A palavra menos é usada em comparações, introduzindo o grau comparativo de inferioridade.

Quando usar menos mal?

Menos mal é o contrário de “mais bem”. Por ser um advérbio, menos mal é invariável.

Exemplos com menos mal:

  • Ainda enjoei um pouco na viagem, mas passei menos mal do que das outras vezes.
  • Meu time jogou menos mal desta vez, mas ainda está muito fraquinho.

Essa expressão é usada muitas vezes isoladamente, para indicar que algo não foi tão mal quanto esperado:
— A conta do supermercado foi de apenas cem reais.
— Olha, menos mal!

Quando usar menos mau?

Menos mau é contrário de “mais bom”. Por ser um adjetivo, menos mau aceita flexão em gênero e número: menos mau, menos maus, menos má, menos más.

Exemplos com menos mau:

  • Considero este caminho menos mau do que aquele.
  • Este diretor parece menos mau do que aquela.

Menos pior e menos ruim?

Embora dita muitas vezes em linguagem coloquial, o uso da expressão menos pior está errado.

Pior é a forma irregular do comparativo de superioridade, indicando que algo é “mais mau” ou “mais mal”. Assim, dizer menos pior é equivalente a dizer “menos mais mau” ou “menos mais mal”, sendo uma construção errada. 

É, antes, aconselhado o uso das construções menos mal, menos mau ou menos ruim, conforme as situações.
 

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

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