Fico no aguardo: está correto?

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de Português

O uso da expressão fico no aguardo é correto. É comum o uso da expressão ficar no aguardo ou estar no aguardo com sentido de aguardar que algo aconteça. A expressão no aguardo está registrada em diversos dicionários de português.

Exemplos com no aguardo

  • Desde já agradeço a atenção e fico no aguardo de um retorno.
  • No aguardo de uma resposta, desde já agradeço a atenção dispensada.
  • Fico no aguardo de suas notícias. Por favor, seja breve.
  • Diga-lhe que estou no aguardo de sua ajuda.

O vocabulário ortográfico da língua portuguesa registra aguardo como um substantivo masculino. Este substantivo é formado por derivação regressiva do verbo aguardar, sendo sinônimo de espera e expectativa.

No aguardo ou ao aguardo

Erradamente, há quem defenda apenas o uso da expressão ao aguardo, por estabelecer um paralelismo com o sinônimo espera. Como o correto é dizer ficar à espera ou estar à espera, seria também apenas correto dizer ficar ao aguardo ou estar ao aguardo, sendo usada a preposição a e não a preposição em.

Esse tipo de paralelismo não é, contudo, linear na língua portuguesa, não podendo ser defendido. Se estabelecermos, por exemplo, paralelismo com a palavra expectativa, outro sinônimo de aguardo, já terá sentido manter a preposição em: ficar na expectativa, estar na expectativa.

Aguardo: forma verbal do verbo aguardar

O importante é não confundir o substantivo masculino aguardo com a forma verbal aguardo, indicativa da 1.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo aguardar: eu aguardo.

Verbo aguardar – Presente do indicativo:
(Eu) aguardo
(Tu) aguardas
(Ele) aguarda
(Nós) aguardamos
(Vós) aguardais
(Eles) aguardam

Exemplos com aguardo

  • Aguardo notícias suas.
  • Aguardo ansiosamente sua resposta.
  • Aguardo indicações sobre como proceder relativamente a esse assunto.
Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

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