Sequer ou nem sequer

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de Português

Para indicar negação, a forma mais correta é nem sequer. Apesar disso, a utilização isolada do advérbio sequer indicando uma negação é frequente entre os falantes.

Segundo a gramática normativa, o advérbio sequer necessita de uma palavra que lhe confira um sentido negativo para indicar negação, como nem, não, nunca, sem,… Apesar disso, pela força do uso, o sentido negativo do advérbio sequer já se encontra reconhecido e dicionarizado. 

Exemplos com nem sequer

  • Estava tão chateado que nem sequer falou comigo.
  • Nem sequer quero saber o que aconteceu. Estou cansada de confusões.
  • Devido à doença, minha avó nem sequer se lembrava de mim.

Exemplos com sequer

  • Estava tão chateado que sequer falou comigo.
  • Sequer quero saber o que aconteceu. Estou cansada de confusões.
  • Devido à doença, minha avó sequer se lembrava de mim.

Assim, embora nem sequer seja a forma preferencial e mais gramaticalmente correta de expressar uma negação, o uso isolado do advérbio sequer é aceitável, não estando errado.

Uso de sequer

O advérbio sequer tem, principalmente, significado de ao menos ou pelo menos. Segundo diversos dicionários, sequer significa também nem mesmo e nem ao menos, sendo assim sinônimo de nem sequer.

É importante compreendermos que a língua portuguesa se encontra em constante alteração, evolução e atualização. Muitas palavras são incorporadas no idioma pelo uso, sendo defendido atualmente que o uso faz a regra e não o contrário. 

Se quer e sequer: não confundir!

Existe também a construção se quer, frequentemente confundida com o advérbio sequer. Esta expressão, escrita de forma separada, é formada pela conjunção se e pelo verbo querer. Introduz uma condição na frase, podendo ser substituída por:

  • se deseja;
  • se pretende;  
  • se ambiciona;
  • se espera;

Exemplos com se quer

  • Se quer ser meu namorado, tem de ser fiel.
  • Se quer saber a verdade, pergunte a meu pai.
Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

Veja também