Que ou quê

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de Português

As duas formas são corretas. A diferença entre que e quê está, principalmente, na intensidade com que são pronunciados, sendo assim classificados em monossílabo tônico e monossílabo átono.

Monossílabo tônico: Você quer o quê?
Monossílabo átono: O que você quer?

Uso de QUE não acentuado

Enquanto pronome interrogativo, QUE não é acentuado, desde que não apareça no final das frases.

Exemplos de QUE como interrogação:

  • Que história você quer ouvir hoje?
  • Que fizeram eles? 

Enquanto preposição, QUE é sinônimo da preposição de.

Exemplos de QUE como preposição:

  • Tenho que ir embora.
  • Ele tem que comer tudo.

Enquanto advérbio, QUE é sinônimo de quão e quanto.

Exemplos de QUE como advérbio:

  • Que elegante você ficou!
  • Que difícil esse exercício!

Enquanto conjunção, QUE liga orações por coordenação ou subordinação, assumindo diversos significados: porque, e, ou, mas, desde que, visto que,...

Exemplos de QUE como conjunção:

  • Chovia que chovia. Estava uma grande tempestade.
  • Apaga a luz que já é meia-noite.

Uso de QUÊ acentuado

Enquanto pronome interrogativo, QUÊ é sempre acentuado quando aparece no final das frases. Quando sozinho pode se referir a uma indicação para repetir uma fala, como oi e diz.

Exemplos de QUÊ como interrogação:

  • Ele está procurando o quê?
  • Você precisa disso para quê?
  • Vocês estão falando do quê?
  • Quê? Não entendi!

Enquanto substantivo, QUÊ indica alguma coisa, sendo sinônimo de algo, qualquer coisa, certa coisa e um tanto. Pode indicar também uma dificuldade ou complicação. Vem, normalmente, precedido de um artigo.

Exemplos de QUÊ como substantivo:

  • Sinto um quê de rebeldia nessa atitude.
  • Esse problema é um quê complicado.
  • Minha vida é cheia de quês.

Enquanto interjeição, QUÊ indica contrariedade e espanto, como oh e o quê. 

Exemplos de QUÊ como interjeição:

  • Quê! Como pode isso acontecer?
  • Quê! Não é possível!
Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

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